sábado, 23 de outubro de 2010

Dois mil moradores de rua vivem em Brasília

Deu no Jornal Coletivo - Festas de fim de ano e eleições são períodos atrativos em Brasília para aqueles que passam necessidades

Moradores de rua vivem em situação de vulnerabilidade, mas preferem essa condição ao abrigamento da ação socialDois mil moradores de rua vivem hoje no Distrito Federal. E essa população vem registrando um crescimento considerável desde julho, quando o número de pessoas em situação de vulnerabilidade pelas ruas da cidade chegou a crescer até 40% com a migração de pessoas de diversas cidades em busca de lotes, doações e esmolas como forma de sobrevivência, conforme dados da Secretaria de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda do DF (Sedest).

São moradores da região do Entorno e de outros estados do País que migram para Brasília em busca de uma vida melhor. No entanto, muitos não conseguem voltar para os locais de origem e fazem das ruas da capital suas próprias casas. Outro atrativo para o crescimento de moradores de rua no DF é a proximidade das festas de fim de ano, além do período eleitoral.

É o que afirma Lúcio Nunes Batista, 68 anos, que deixou sua família em Santo Antônio do Descoberto (GO) em junho deste ano para aproveitar o período eleitoral em Brasília em busca de ajuda de candidatos. “Onde minha família mora, não existem condições de crescimento de vida. Agora, durante as eleições, existe a possibilidade de conseguir um pouco de dinheiro e cestas básicas. Sem contar que, em plena véspera das festas de fim de ano, com o alto poder aquisitivo dos moradores de Brasília, posso conseguir mais ajuda”, conta Nunes, que fica na Rodoviária do Plano Piloto por causa do grande fluxo de pessoas no local.

A moradora de rua Ivanilda Maria Campos, 35 anos, disse ter tido a oportunidade de ir a um albergue, local oferecido pelo GDF, mas preferiu continuar pelas ruas. “Na rua consigo comida e doações. É sempre uma oportunidade de conseguir auxílio. Diferente do albergue, um local sujo, com uma alimentação pior do que as que consigo pela cidade”, reclama.

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