quinta-feira, 3 de março de 2011

Em estreia como palestrante, Lula mata a

Ex-presidente falou a executivos e lembrou tempos de Planalto

José Henrique Lopes, do R7
 
Daia Oliver/R7
Após "férias", Lula começa carreira como palestrante em evento em SP
Após completar dois meses longe dos eventos oficiais, inaugurações de obras e formalidades que marcaram seus oito anos no Palácio do Planalto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou ao palanque nesta quarta-feira (2) em São Paulo, mas dessa vez para fazer sua estreia como palestrante.
Durante cerca de 45 minutos, Lula falou a uma plateia formada por executivos, fornecedores e clientes da LG, grupo coreano da área de eletroeletrônicos e telecomunicações. Seu discurso, que pôde ser acompanhado apenas no início pela imprensa, foi pontuado por lembranças e elogios ao próprio governo.
Lula fez um balanço de sua gestão em uma fala muito similar às que marcaram os últimos meses como presidente. Usando e abusando dos números, destacou o desempenho da economia brasileira e a geração de 15 milhões de empregos, ressaltou a importância do combate à pobreza e à desigualdade social e mencionou alguns de seus principais programas, como o Bolsa Família, o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e o Luz para Todos.
Em vários momentos, ele recorreu a seus próprios feitos para demonstrar aos executivos da empresa que o país, hoje, oferece mais oportunidades de investimentos e ganhos.
- Em oito anos, demos um salto no enfrentamento da pobreza e da desigualdade, que foi uma das prioridades do nosso governo, 28 milhões de pessoas saíram da pobreza e outros 36 milhões entraram para a classe média. É mais gente trabalhando e consumindo, fazendo a roda da economia girar cada vez mais rápido.
Lula enfatizou ainda a importância da expansão do crédito para fomentar o consumo, o que gerou um “clima de confiança” e ajudou o país a suportar a turbulência gerada pela crise financeira de 2008.
- Nunca se vendeu tantos móveis e eletrodomésticos neste país. As obras do programa Luz para Todos, que beneficiaram 13, 4 milhões de pessoas, permitiram o acesso à eletricidade e ajudaram nas vendas da indústria e do comércio.
Ao falar de política externa, celebrou a construção de uma imagem “forte e respeitável” para o Brasil ante a comunidade internacional.

- Conseguimos uma imagem forte e respeitável no exterior de um país com uma sólida democracia, que vive em paz com os vizinhos, com uma economia equilibrada, capaz de conciliar desenvolvimento e inclusão social, com instituições sólidas e um povo orgulhoso.
Marolinha
Em um dos momentos em que deixou de lado o discurso escrito e passou a improvisar, Lula arrancou risadas da plateia ao lembrar das críticas que sofreu por ter chamado a crise de 2008 de “marolinha”.
- Vocês estão lembrados de que, quando veio a crise, algumas pessoas diziam ‘agora eu quero ver se o Lula vai saber governar o Brasil’. Quando veio a crise, eu disse que era uma marolinha. Mas, por conta da marolinha, fui achincalhado, porque diziam que eu estava menosprezando a crise e que a crise ia detonar o Brasil.
Em seguida, Lula mais uma vez defendeu os feitos de seu governo, listando medidas adotadas para proteger a economia do país e criticando quem atribuía seu êxito à sorte.
- Eu lembro que, no dia 22 de dezembro de 2008, tive uma atitude que nem todo político tem coragem de ter. A imprensa estava dizendo que, por causa da crise, o povo não ia comprar, porque estava com medo. Chamei o Franklin Martins [então ministro da Comunicação Social] e falei ‘me prepara um pronunciamento em rede nacional de televisão que vou fazer apologia ao consumo’. E eu, que passei a vida inteira sendo contra a sociedade do consumo, fui fazer apologia ao consumo.
De acordo com a organização do evento, o pedido para que apenas parte da palestre pudesse ser acompanhada pela imprensa partiu da assessoria do próprio Lula. O ex-presidente ganhou um cachê por sua participação, mas os valores não foram revelados.

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